A Prefeitura do Rio apresentou, nesta quinta-feira (25/5), cinco iniciativas de eficiência e transição energética que estão sendo implantadas na cidade, durante a assinatura do Acordo de Cooperação Energética para compartilhar soluções sustentáveis e integradas com três municípios do estado: Maricá, Mesquita e Niterói. O pacto foi assinado no Seminário de Boas Práticas – Cidades Eficientes e Transição Energética, no Palácio da Cidade, em Botafogo. O objetivo do “Transição Rio” é promover a transição energética na região metropolitana para estimular a geração de energias renováveis e a criação de empregos verdes nas cidades.
As iniciativas da Prefeitura do Rio para eficiência e transição energética na cidade são o Solário Carioca, uma PPP para implantação, manutenção e operação de uma Usina Solar Fotovaica; o Circo Solar, primeiro espaço cultural do Rio de Janeiro a gerar 100% da energia que consome; o programa Cidades Eficientes, um mapeamento dos consumos de energia e água das escolas municipais da cidade do Rio; o Centro de Energia e Finanças do Amanhã; e o projeto de aquisição de energia verde e renovável no mercado livre de energia, vencedor da categoria “Inovação e Sustentabilidade Ambiental”, no Prêmio InovaCidade 2023, realizado pelo Instituto Smart City America Business.
O Rio foi o primeiro município do Brasil a comprar energia no livre mercado, sem intermediação de concessionária. O projeto foi centrado no uso das energias eólica e solar para abastecimento do Centro Administrativo São Sebastião (CASS), na Cidade Nova. Na primeira etapa do projeto, foi realizado um pregão para aquisição de mais de 76 mil MWh em um contrato de cinco anos, que resulta na economia de mais de R$ 30 milhões nas despesas de energia na sede administrativa municipal. Além disso, o projeto evita 40 mil toneladas de CO2 e zera as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).
– Quero destacar a importância desse encontro. Quando tratamos do tema da sustentabilidade não existem ilhas, há uma conscientização mundial sobre esse assunto. Estamos aqui nos integrando, dialogando e nosso desafio é como vamos envolver mais municípios e fortalecer o sistema de região metropolitana, que é importante para o debate sobre os assuntos deste encontro. Quanto mais fortalecermos esse papel, mais transformações serão possíveis – afirmou Eduardo Paes.
Iniciativa da Secretaria Especial de Integração Metropolitana (SEIM), o Acordo de Cooperação Técnica para Transição Energética celebrado com as cidades teve o apoio da Secretaria da Casa Civil, que auxiliou na articulação interna, devido à necessidade de envolver vários órgãos da prefeitura do Rio, como as secretarias de Fazenda e Planejamento; Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação; e Trabalho e Renda.
– A capital Rio de Janeiro não leva só a gestão, mas também copia modelos de outras gestões. Cada cidade pôde apresentar sua expertise, o Rio entendeu esse recado e estamos gerando economia por meio da transição energética. Esse é um tema importante por vários motivos. Tratamos do meio ambiente, menos emissão de carbono a longo prazo. E no tema dinheiro, quanto mais temos de economia, mais conseguimos investir no cidadão. Então, unimos uma gestão eficiente com recurso, numa pauta que todas as cidades deveriam copiar – disse o secretário de Integração Metropolitana, Aquiles Barreto.
O propósito do Acordo de Cooperação Técnica para Transição Energética é o de estimular a compra de energia no mercado livre, a realização de cursos de capacitação profissional em energia fotovoltaica e educação climática e a criação de um sistema de informação municipal sobre o consumo de energia das prefeituras. Dessa forma, possibilitará a administração adequada dos recursos públicos e a sistematização dos dados.
Emissão de carbono, mobilidade e tecnologia
Além de compartilhar experiências, o Rio também será beneficiado com o aprimoramento das iniciativas praticadas pelos parceiros. A Prefeitura de Niterói detalhará o Programa Municipal de Neutralização de Carbono.
– Comecei como militante ambientalista na década de 70 e naquela época tínhamos poucas pessoas que entendiam e apoiavam essas iniciativas que vemos hoje nesse encontro. Nossos municípios já estão acumulando uma boa experiência nessa área da sustentabilidade e mudança climática. Niterói tem uma longa tradição nesses temas. Hoje, mais da metade do nosso território, 56%, é protegido por unidades de conservação. Estamos quase alcançando a universalização da coleta e tratamento de esgoto, hoje temos 97% de esgoto tratado e estamos avançando muito na drenagem sustentável – declarou o prefeito de Niterói, Axel Grael.
Maricá mostrará o desenvolvimento dos estudos, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para a fabricação de ônibus híbridos, movidos a eletricidade, hidrogênio e etanol.
– Esse debate sobre transição energética não pode mais ser tratado de forma secundária. As cidades precisam assumir esse protagonismo. É preciso que nossas experiências marquem conjuntamente a construção de um mundo mais sustentável. Quando apresentamos nossas experiências, trazendo para um fórum comum, estamos buscando encorpar nossas iniciativas, entendendo que nessa temática não existem fronteiras – disse o prefeito de Maricá, Fabiano Horta.
E Mesquita disponibilizará informações sobre a utilização da tecnologia BIM, nos projetos de engenharia. O município conta com o uso da tecnologia em 100% dos projetos desenvolvidos na cidade.
– Já olhávamos para esse tema com atenção e encontrar um parceiro como a cidade do Rio é muito bom. Estamos na Baixada Fluminense e no ICMS Verde nós saímos de 28º para o quinto lugar no estado do Rio – afirmou o prefeito de Mesquita, Jorge Miranda.
Durante a assinatura da parceria, as cidades de Búzios e Iguaba Grande assinaram uma carta de intenções para aderir ao “Transição Rio”. Os municípios do interior do Estado apresentarão suas ações para o impulsionamento da transição energética. Iguaba Grande, por exemplo, já iniciou com a instalação de placas fotovoltaicas nas escolas da rede municipal.
Iniciativas de eficiência e transição energética da Prefeitura do Rio
Aquisição de energia verde e renovável no mercado livre de energia
– Abastecimento do Centro Administrativo São Sebastião (CASS), com economia prevista de R$ 6 milhões/ano e 40 mil toneladas de CO2 em 5 anos
– 24 unidades de saúde serão migradas para o mercado livre de energia com economia prevista de R$ 20 milhões/ano e mais 120 mil toneladas de CO2 em 5 anos
Solário Carioca
– PPP para implantação, manutenção e operação de uma Usina Solar Fotovaica
– Investimento de R$ 40 milhões para uma capacidade de 5 megawatts
– Redução de 4,6 mil toneladas de CO2/ano
– Previsão de atendimento de 12 unidades de saúde, 24 de educação, uma de ciência e tecnologia
Circo Solar
– Primeiro espaço cultural do Rio de Janeiro a gerar 100% da energia que consome
– Parceria entre a Revolusolar, o Circo Crescer e Viver e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente
– Programa de capacitação profissional para 16 novos instaladores solares e eletricistas
– Programa de educação ambiental para alunos do Circo Crescer e Viver
Programa Cidades Eficientes
– Mapeamento dos consumos de energia e água das escolas municipais da cidade do Rio
– Parceria com o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável e com o Instituto Clima e Sociedade
Centro de Energia e Finanças do Amanhã
– Coração do Distrito de Baixa Emissão do Centro
– Revitalização do Automóvel Club: R$ 37,5 milhões
– Gestão em parceria
– Espaços para coworking mercado (bolsa) de créditos de carbono e ativos verdes
– Salas de aula e auditórios
– Observatório Econômico do Rio