A Prefeitura do Rio iniciou, nesta terça-feira (6/12), as obras de transformação da Arena Carioca 3, no Parque Olímpico, em Ginásio Educacional Olímpico Isabel Salgado (GEO), escola em tempo integral que atenderá cerca de 900 alunos, a partir do início do ano letivo de 2024. Essa é mais uma ação prevista no Plano de Legado dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, que foi abandonado em 2017 e somente passou a ser executado pela atual gestão municipal, a partir de 2021.
– Estamos homenageando uma grande atleta que foi a Isabel, uma mulher engajada na vida da cidade e do país, que usou o seu espaço no esporte para defender a juventude e os valores democráticos. É uma honra poder dar o nome desse ginásio a uma pessoa que queremos que inspire a garotada. Essas arenas não foram construídas para serem elefantes brancos, mas sim para a população usar depois. Estamos mostrando que tudo que foi planejado como Legado Olímpico vai ser entregue. Desde o início, o nosso lema sempre foi: a cidade deve se servir dos Jogos e não o contrário – afirmou o prefeito Eduardo Paes.
O GEO Isabel Salgado será formado por 24 salas de aulas, recepção, uma unidade de alimentação e nutrição, sala multiuso e outra de apoio pedagógico, área de circulação, sanitários para funcionários e alunos, além de instalações esportivas com duas quadras e locais para a prática de judô, lutas, tênis de mesa e ginástica. As obras serão concluídas em 13 meses, com um investimento previsto de R$ 26,6 milhões.
Antes da retomada do Plano de Legado, a Arena Carioca 3, que recebeu as competições de taekwondo e esgrima nas Olimpíadas e judô nas Paralimpíadas, atendia gratuitamente a mais de duas mil pessoas por mês em escolinhas e atividades gratuitas de diversas modalidades esportivas, como ginástica, musculação e vôlei, além de receber eventos. Com a transformação da instalação esportiva em escola, todas as atividades foram transferidas para o Velódromo, também situado no Parque Olímpico.
Companheira de Isabel no time de vôlei do Flamengo e na seleção brasileira, nos anos 1980, Jaqueline Silva elogiou a iniciativa da Prefeitura em homenagear a amiga com o nome do Ginásio Educacional Olímpico. Mais conhecida como Jackie, a ex-atleta se emocionou ao lembrar dos bons tempos ao lado de Isabel, que faleceu mês passado.
– Estou aqui representando a família da minha grande amiga Isabel, que foi uma pessoa incrível, de uma generosidade imensa e de uma grandeza como atleta e pessoa. Quero agradecer esta linda homenagem que a Prefeitura está fazendo, fiquei muito emocionada quando cheguei aqui e vi o nome da escola. É muita sorte ter a oportunidade de frequentar uma escola que oferece um esporte de alta qualidade e bons professores – disse Jackie, que disputou dois Jogos Olímpicos ao lado de Isabel.
Criado em 2012, o GEO é uma escola voltada para o Ensino Fundamental, em tempo integral e que tem como principal objetivo dar oportunidade para os alunos com aptidões esportivas desenvolverem seu potencial, sem abrir mão de uma educação de excelência. Atualmente, 4.551 alunos estão matriculados nos dez GEOs existentes no Rio: Santa Cruz (2), Pedra de Guaratiba (2), Santa Teresa, Caju, Realengo, Pitangueiras, São Cristóvão e Senador Camará.
Chamados de Ginásios Experimentais Olímpicos no início, os colégios passaram por mudanças ao longo desses dez anos. O significado da letra E da sigla mudou de “Experimental” para “Educacional”, o que indica a consolidação do projeto. O modelo, inclusive, já foi adotado por Teresópolis, com o GEO Rose Dalmaso, por iniciativa da prefeitura local. Outra importante alteração foi a ampliação do modelo para os dois segmentos do Ensino Fundamental, passando a atender alunos dos anos iniciais (1º ao 5º), além dos anos finais (6º ao 9º) que deram origem ao programa.
Outras ações do Legado Olímpico
Arena do Futuro – Sua desmontagem começou em março deste ano e já proporciona a construção de quatro escolas, situadas nos bairros de Bangu, Campo Grande, Rio das Pedras e Santa Cruz, com um investimento de R$ 33,4 milhões. As quatro unidades de ensino vão receber cerca de 1.700 alunos. Com a reutilização do material, a previsão é que a Prefeitura tenha uma economia de até 20% na construção das novas escolas, que serão Ginásios Experimentais Tecnológicos (GETs), um novo modelo de ensino que, por meio da abordagem STEAM (Science, Technology, Engineering, Art and Math), desenvolve uma aprendizagem baseada em projetos, atividades mão na massa e recursos que promovam a cultura digital. Cada GET será formado por dez salas de aula, uma de leitura, colaboratório, quadra poliesportiva e áreas administrativas.
A cobertura da Arena do Futuro, assim como parte de sua estrutura metálica, foi doada para a Associação Atlético Portuguesa, clube da Ilha do Governador. Com o material recebido, o estádio Luso-Brasileiro terá sua capacidade ampliada de cinco para 15 mil torcedores, o que o tornará apto a receber partidas dos principais campeonatos de futebol. Já a escola de samba Lins Imperial recebeu a doação de isolantes acústicos para corrigir problemas de vazamento de som em sua sede.
Estádio Aquático Olímpico – Parte das estruturas da instalação que recebeu as provas de natação dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 foi doada para o Bangu Atlético Clube e para a escola de samba Lins Imperial. O clube da Zona Oeste recebeu materiais que vão permitir fazer a cobertura da arquibancada, da área de transmissão, do estacionamento e das áreas de acesso aos banheiros e vestiários do Estádio Moça Bonita. O Bangu ainda irá revitalizar as coberturas do estacionamento e das arquibancadas da quadra e o telhado do salão nobre de sua sede social.
IBC – A estrutura metálica da galeria técnica do Centro Internacional de Transmissão (IBC), utilizado pela imprensa no Parque Olímpico durante os Jogos Rio 2016, está sendo reaproveitada no Terminal Intermodal Gentileza (TIG), que será erguido na região do Gasômetro, próximo à Rodoviária Novo Rio.