Sempre disseram que eu era a cópia exata dele. Tanto fisicamente, quanto no jeito e na personalidade. Quem dera! Meu pai era daqueles homens que vivia para a mulher e para os filhos. Advogado orgulhoso de seu ofício, nos ensinou desde cedo a importância do esforço e da disciplina.
Preparar-se para a vida, enfrentar os desafios, ter coragem, trabalhar muito e ser honrado. Aconselhar, contar histórias e experiências vividas era o que ele mais gostava de fazer. Quando passou pela maior dor que alguém pode enfrentar – a perda de uma filha – ele a compensou com mais dedicação e amor a todos nós. Com força e coragem seguiu.
Nas últimas duas décadas, seus netos passaram a ser sua razão de viver e distribuir amor. A idade e o sentimento do dever cumprido me davam a impressão de que ele havia se tornado um homem pleno e pronto para viver sua velhice cuidando deles. Já que os filhos haviam crescido, constituído suas famílias e estavam “encaminhados” cabia a ele agora olhar pelos filhos dos seus filhos e sua eterna namorada, minha mãe.
Sempre preocupado com a saúde era um homem sem vícios. É muito duro ver que uma pessoa que tanto cuidava da saúde e estava em plena forma, apesar da idade, ser levado por uma doença nova e estranha. Meu pai lutou bravamente por mais de 60 dias e mostrou mais do que nunca sua força.
Agradeço as muitas manifestações carinhosas que recebi de tanta gente nas últimas horas, desde que ele se foi. Cuidem-se e cuidem dos seus. A dor que sentimos é imensa.
Pai, não sei se eu te disse isso com a frequência que eu deveria: eu te amo muito e você sempre foi meu herói e exemplo. Vamos seguir aqui tentando honrar seu nome e ensinamentos. Deus vai te receber aí com a Dani e nós vamos cuidar dos seus amores por aqui. Descansa em paz.